A sensação de fome é controlada principalmente por mecanismos centrais – hipotalâmicos – que alterna a liberação de hormônios considerados orexígenos (orex = fome, genia = geração) e hormônios ANorexígenos (An = não, orex = fome).
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS
A redução do tempo total de sono está associada à diminuição do hormônio anorexígeno leptina e o aumento do hormônio orexígeno grelina, resultando, assim, no aumento da fome e da ingestão alimentar.
Em experimento realizado por Spiegel e cols, a privação de sono em homens foi associada a um aumento de 28% nos níveis da grelina, diminuição de 18% nos níveis de leptina e aumento de 24% na fome e de 23% no apetite.
Além de fazer o individuo comer mais as evidências apontam que a privação de sono parece aumentar preferência por alimentos mais calóricos (3).
Esse efeito colateral é explicado em parte por um aumento do cortisol ocasionado pela privação de sono (McCuen-Wurst 2017) que por sua vez acelera a recaptação de serotonina (hormônio sacietógeno), reduzindo os níveis circulantes desse hormônio e induzindo a busca por alimentos que reestabeleçam os níveis do mesmo (Wright 2015) – AÇÚCAR PRINCIPALMENTE.
OBS: Exemplo disso é o uso da conhecida FLUOXETINA como emagrecedor, que faz o papel inverso do cortisol, inibe a recaptação, e portanto, aumenta os níveis de serotonina, controlando o apetite do paciente.
ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS
Outro mecanismo esclarecido por Taheri e cols sugere que um maior tempo acordado, além de promover a alteração hormonal e aumentar a ingestão calórica, possibilita uma maior oportunidade para a ingestão alimentar e que a perda de sono resulta em cansaço, que tende a diminuir o nível de atividade física do indivíduo, reduzindo assim o gasto energético.
Vamos resumir?
A diminuição do tempo de sono modifica o padrão endócrino que sinaliza fome e saciedade por meio da diminuição dos níveis da leptina serotonina e aumento nos níveis de grelina e cortisol, alterando tanto a ingesta quanto as escolhas alimentares, além de reduzir o gasto energético através da diminuição das atividades físicas.
Dr Breno Souza | Medicina Esportiva Baseada em Evidência