O comportamento alimentar é complexo, envolvendo aspectos metabólicos, fisiológicos e ambientais, que apresentam um ritmo circadiano essencialmente diurno em humanos. Esse ritmo é sincronizado através do ciclo claro/escuro e dos níveis sanguíneos de cortisol, melatonina, serotonina, leptina, entre outros.
A Síndrome do Comer Noturno (SCN) é um transtorno psiquiátrico caracterizado por um atraso ou inversão circadiana do padrão alimentar (normalmente diurno), mediado por alterações hormonais neuroendócrinas que levam o indivíduo a ingerir maior parte das calorias dietéticas à noite, muitas vezes de maneira compulsiva.
Dentre os critérios diagnósticos dessa síndrome temos:
- Anorexia matutina;
- Ingestão >50% da energia diária após as 19h;
- Despertar para comer ao menos 1x por noite nos últimos três meses, com consciência do ato;
- Consumo de lanches de alto valor energético nos despertares noturnos;
- Ausência de critérios para bulimia nervosa ou binge eating disorder.
Maior parte dos sintomas apresentados por sujeitos com SCN deve-se a altos níveis de cortisol diurnos e baixos níveis de melatonina e leptina noturnos, este último contribuindo para menor inibição de impulsos de fome.
O tratamento pode ir de suplementos e fitoterápicos ansiolíticos, até indutores do sono e anticonvulsivantes.
Fique atento, controlar seus (neuro) hormônios é controlar também o seu APETITE, e um aumento desproporcional de fome à noite pode estar relacionado com o seu desequilíbrio dessas substâncias.
Referência:
HARB, Ana Beatriz Cauduro et al . Síndrome do comer noturno: aspectos conceituais, epidemiológicos, diagnósticos e terapêuticos. Rev. Nutr.